Luang Pó Piak

Luang Pó Piak  é um dos principais discípulos, ainda vivo, de Ajahn Chah,  e um respeitado mestre tailandês de meditação e do Dhamma. Ele é abade do Wat Pah Cittabhavana. 

Nasceu no dia 26 de Janeiro de 1948 e recebeu o nome, Prasopchai, mas, muito cedo recebeu o apelido “Piak”. Cresceu em Bangkok, como filho de um marechal da força aérea tailandesa. 

O jovem Piak recebeu uma educação moderna em um ambiente urbano. Quando criança, e depois jovem, ele não possuía interesse algum por religião ou meditação. Após obter o bacharelado em finanças pela Universidade de Manila, nas Filipinas, Piak foi enviado por sua família para Nova Iorque para estudar e obter mestrado em administração de negócios. Tanto ele como os demais pensavam que faria uma carreira de sucesso no mercado financeiro mundial.

Porém, justamente nessa época, Piak começou a desenvolver interesse por sua própria mente. No metrô de Nova Iorque, por exemplo, enquanto se dirigia ao trabalho, ele percebia sua mente naturalmente, ao mesmo tempo em que observava, de forma atenta, sua respiração. Nesse processo, ele encontrava tanto prazer quanto tranquilidade. Também percebeu que conseguia acordar todas as manhãs em qualquer horário que desejasse, bastando determinar, mentalmente esse horário, na noite anterior. Mesmo quando passava a noite em festas, acordava no horário definido.

Estas experiências o deixaram curioso a respeito do processo de funcionamento da mente e o levaram ao interesse pela meditação.

A saúde de Luang Pó Piak sempre foi frágil, principalmente devido a problemas nos aparelhos respiratório e digestivo, e esses problemas de saúde persistem até hoje.

Em uma ocasião, na qual tinha retornado dos Estados Unidos para a Tailândia para tratamento médico, compareceu ao funeral de um parente. Observar o lamento e a tristeza de todos o impactou de forma profunda. “Por que as pessoas se alegram quando uma pessoa nasce e choram quando alguém morre?” 

Ele decidiu, então, passar um tempo em um monastério sob a orientação de Luang Pu (Venerável Avô) Bun Na, discípulo de Luang Pu Kao Wang. Seguindo as instruções de Luang Pu, Piak conseguiu atingir profundos e fantásticos estados mentais de tranquilidade e meditação. Este processo foi acompanhado por experiências e conhecimentos incomuns, o que fortaleceu seu interesse nos ensinamentos do Buddha. Uma dessas experiências foi o surgir de uma visão clara de um velho monge mastigando bétel. Apesar de não ser capaz de reconhecer quem era o monge, guardou bem sua fisionomia na memória.

Durante seu período longe da universidade, Piak decidiu participar do tradicional retiro da estação de chuvas. Naquele tempo, era tradição na Tailândia jovens se ordenarem no período de três meses da estação de chuvas como preparação para sua vida adulta. Piak procurou um monastério onde houvesse um professor que fosse um verdadeiro mestre de meditação. Uma de suas tias tinha um grande interesse no Dhamma e o aconselhou a visitar três professores: Luang Pu Kao, Luang Pu Fan e Luang Pó Chah (todos os três discípulos de Luang Pu Man). Naquela época, Luang Pu Kao já tinha 90 anos e Luang Pu Fan, embora relativamente jovem, tinha muitos alunos e muitas pessoas que o procuravam para ensinamentos. Luang Pó Chah, por outro lado, estava em seus 50 anos e seu monastério ainda não era muito famoso. Quando Piak encontrou Luang Pó Chah pela primeira vez, o reconheceu como sendo o monge que apareceu em sua meditação e decidiu que aquele era o lugar onde deveria se ordenar. Piak recebeu de Luang Pó Chah a ordenação completa como bhikkhu em julho de 1976, logo antes do início do retiro da estação de chuvas daquele ano.

Embora Tahn (Venerável) Piak tivesse que lidar com as constantes dificuldades de sua saúde, estava determinado em ser capaz de acompanhar o ritmo de prática dos demais monges. Ele logo mostrou-se o mais esforçado monge do monastério. Quando realizava meditação caminhando à noite, via as lanternas nas cabanas dos outros monges apagando uma a uma, até ser ele o único a ainda meditar. Tarde da noite, ele frequentemente ia ao salão principal do monastério para observar dois esqueletos humanos expostos lá. Luang Pó Chá havia solicitado aos monges, que contemplassem a morte e a natureza do corpo. Tahn Piak desenvolveu, e logo se tornou mestre, em utilizar a contemplação do corpo como principal caminho para o despertar. Focando na impermanência e na ausência de um verdadeiro “eu” dentro da carne e ossos que as pessoas entendem como “isto sou eu”, ele descobriu que a contemplação do corpo era um caminho poderoso para ganhar insight.

Tahn Piak tinha um dom natural para samādhi e sua mente muito frequentemente alcançava estados profundos de paz e felicidade, mas, mesmo assim, ao final do retiro de chuvas, ele ainda tinha a intenção de voltar à vida leiga. Ele tinha que retornar aos Estados Unidos para completar seus estudos, como esperava sua família. No último dia antes de deixar o mosteiro, foi pedir licença para deixar o manto monástico e se despedir de Luang Pó Chah. Ao ouvir a notícia, Luang Pó riu e disse:

_ “Qual é o problema? Sentindo saudade das mocinhas?”

_“ Não senhor, eu tenho que voltar aos meus estudos.”

_ Neste ponto o tom de voz de Luang Pó Chah mudou:

_ “Por que desperdiçar seu tempo estudando coisas que nunca chegam ao fim? Em vez disso, por que não estudar algo que possui um fim?”

Essa frase afetou Tahn Piak profundamente e o fez refletir. Depois desse encontro ele retornou à sua cabana na floresta e começou a meditar e sua mente entrou num estado de paz profunda que durou por várias horas. Emergindo dessa meditação, ele soube, com certeza, que não retornaria à vida leiga. Ele decidiu que não trocaria aquela paz e felicidade por nada, nem mesmo por todo o ouro e prata deste mundo.

Os primeiros anos do Tahn Piak como monge foram bons, e ele achou que sua meditação se desenvolvia consistentemente, mesmo não recebendo muitas instruções privadas de Luang Pó Chah. Somente em três oportunidades em toda sua vida ele foi procurar Luang Pó Chah para pedir ajuda com sua meditação. Na terceira ocasião em que tentou fazer uma pergunta, Luang Pó Chah o cortou e disse com dureza: “Se você vem aqui cada vez que tem uma dúvida, nunca vai desenvolver sabedoria.” e esta foi a última vez que Tahn Piak fez perguntas Entretanto, ouvindo as palestras de Luang Pó Chah, Tahn Piak conseguia todas as instruções  de que precisava como jovem monge.

Por exemplo, em certa ocasião ele  se congratulava pensando  em como  era hábil na meditação. Naquela mesma noite, Luang Pó Chah mencionou durante a palestra: “Algumas pessoas aqui se acham muito hábeis na meditação, mas uma pessoa realmente hábil alcança samādhi apenas com uma única respiração. Ele inspira e antes de expirar já está em samādhi.” Tahn Piak ouviu aquilo e então começou a praticar para conseguir fazer como Luang Pó havia mencionado. Três dias depois ele já era capaz de alcançar samādhi daquela maneira.

Em 1981, quando Tahn Piak já era monge há cinco anos, um pedaço de terra foi oferecido fora de Bangkok para construir um mosteiro filial de Wat Pah Pong. Luang Pó Chah pediu a Tahn Piak que aceitasse a responsabilidade de abade. Não era comum para um monge receber tanta responsabilidade em uma idade tão jovem, mas Tahn Piak havia tido um rápido progresso na prática do Dhamma e também era originário daquela região. O pequeno mosteiro, inicialmente cercado por plantações de arroz até onde a vista alcança, num curto espaço de tempo de 10 anos foi completamente engolido pelo crescimento urbano de Bangkok. Barulho, calor e poluição tornaram-se rotina, mas, a despeito disso, o mosteiro de Luang Pó Piak se manteve um refúgio de paz e tranquilidade dentro do coração da maior cidade tailandesa.

Embora nunca tenha completado seu grau de mestrado, Luang Pó eventualmente tornou-se um dos mais respeitados mestres budistas tailandeses.

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